ROBERTO VIEIRA
PEQUENO.
Mirradinho. Canhoto. Maradona pegava o lápis com a canhota. Meu Deus! Tota ralhava. Dieguito, a canhota é del diablo! E Maradona trocava de mão.
Péssima caligrafia na escola. Maradona escrevia como anjo com a bola no pé. Canhota. Sublime. Certa vez driblou meio time no dia das mães na Villa Fiorito, escrevendo na terra: 'Tota, te amo!'.
Tota soube depois e chorou.
Mas a história registra fotograficamente a vitoria dos bons costumes. Maradona se tornou destro das mãos. Contratos todos assinados com a destra, menos quando sutilmente desobedeceu Tota. Contra a Inglaterra. La mano de Dios canhota. Pois Deus também escreve certo por mãos tortas, Tota!
Tota reprovou, mas beijou seu menino levado com ternura e contra a URSS, Maradona seguiu os conselhos da mamãe.
La mano de Dios é destra.
Um dia, Tota se foi e Maradona tatuou em seu corpo a mesma frase daquele dia das mães na Villa Fiorito: 'Tota, te amo!'
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