1 de jun. de 2017



Por ROBERTO VIEIRA

Ídolos em seus países.
Heróis de seus povos.
Personagens com biografia obscura no particular.
Fascinantes alegrias dos descamisados.
Garrincha e Evita se encontram nas suas inúmeras mortes.
Evita agonizava.
Perón se deitava com Lolitas no quarto ao lado.
Os muros de Buenos Aires amanheciam pichados:
‘Viva o Câncer!’
E o corpo de Evita foi embalsamado.
Milagrosamente conservado.
Corpo de Evita que saiu passeando pelo mundo.
Nos escritórios de um coronel sexualmente depravado.
Nas mãos de um bruxo peronista na Espanha.
Em Olivos.
Em peregrinação até repousar na Recoleta.
Garrincha também morreu em vida no silêncio dos dribles.
Na traição da bola.
Na bebida que retirou seu sorriso.
E ainda mais agora quando seus restos mortais desapareceram.
Mas se pensarmos com cuidado.
Magé e Olivos, tanto faz.
Garrincha e Evita não estão no Raiz da Serra nem na Recoleta.
Garrincha e Evita não repousam em cemitério algum.
Pois a atma deles habita a eternidade dos seus povos.

Onde não pode ser exumada, cremada ou nada mais que o valha...


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