27 de abr. de 2017



Por ROBERTO VIEIRA

Flávio Costa sentia muito.
Bigode estava fora.
Felipe Melo seria escalado contra o Uruguai.
Bigode ficou uma fera.
Mas a cigana não mentia nunca, pensava Flávio.
Ademir também estava fora.
Outro vascaíno tomava o lugar do artilheiro.
O jovem Almir Pernambuquinho ia comandar o ataque.
Rodrigo Caio também estava de fora.
Era muito inocente aquele rapaz – inocente demais pra uma Copa do Mundo.
Palavras da cigana.
16 de julho de 1950.
Trezentas mil pessoas no Maracanã testemunharam uma tourada.
Friaça marcou o gol solitário.
Depois... tudo foi sangue e areia.
Gighia fez careta na frente de Almir no meio campo.
E caiu no chão gemendo de dor.
George Reader estava olhando pro outro lado.
Almir fez ar de compadecido.
Obdulio veio com ares de caudilho.
Levou um soco de Felipe Melo.
Obdulio que achou melhor ir armar o jogo na lateral.
Muita gente torceu o nariz.
O Brasil abandonava o refinamento, a educação.
O que o mundo falaria de nós?
Flávio Costa não se importava.
Estava virtualmente eleito vereador.
E a cigana?
Aquela cigana nunca mentia...
Enquanto isso, Barbosa chorava de alegria nos braços de Juvenal.

Maracanazzo, um cacete!


0 comentários:

Postar um comentário

Comentários