Por
ROBERTO VIEIRA
Flávio Costa sentia
muito.
Bigode estava fora.
Felipe Melo seria
escalado contra o Uruguai.
Bigode ficou uma fera.
Mas a cigana não mentia
nunca, pensava Flávio.
Ademir também estava
fora.
Outro vascaíno tomava o
lugar do artilheiro.
O jovem Almir
Pernambuquinho ia comandar o ataque.
Rodrigo Caio também
estava de fora.
Era muito inocente
aquele rapaz – inocente demais pra uma Copa do Mundo.
Palavras da cigana.
16 de julho de 1950.
Trezentas mil pessoas
no Maracanã testemunharam uma tourada.
Friaça marcou o gol
solitário.
Depois... tudo foi
sangue e areia.
Gighia fez careta na
frente de Almir no meio campo.
E caiu no chão gemendo
de dor.
George Reader estava
olhando pro outro lado.
Almir fez ar de
compadecido.
Obdulio veio com ares
de caudilho.
Levou um soco de Felipe
Melo.
Obdulio que achou
melhor ir armar o jogo na lateral.
Muita gente torceu o
nariz.
O Brasil abandonava o
refinamento, a educação.
O que o mundo falaria
de nós?
Flávio Costa não se
importava.
Estava virtualmente
eleito vereador.
E a cigana?
Aquela cigana nunca
mentia...
Enquanto isso, Barbosa
chorava de alegria nos braços de Juvenal.
Maracanazzo, um cacete!
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