ROBERTO VIEIRA
O Morumbi era jovem.
Jovem e inacabado.
2 de março de 1969.
São Paulo e Corinthians em campo.
Chuva intensa. Raios.
Um dos raios cai no estádio.
Uma mureta no pavimento das
numeradas cede.
Tijolos desabam sobre quem estava
no pavimento inferior.
Um morto e cinquenta feridos.
João Benedetti não verá outra
vitória do Timão.
O Morumbi ainda estava nascendo,
diziam os seus defensores – eram coisas da idade.
O fato se repetiu sem raios no
Morumbi nesta quarta-feira.
Sem raios.
Outra vez, coisas da idade.
Em ambos os casos, realmente são
coisas da idade dos estádios.
O Morumbi de 1969 estava a ser construído
e já recebia multidões.
O Morumbi de 2016 está velhinho e
ainda recebe multidões.
Como o Maracanã de 1992 se desfazendo
em morte.
Ou o Arrudão de 2016 com acidentes
no fosso medieval que circula o estádio.
Certo!
As Arenas foram pirâmides erguidas
no Brasil da Copa.
Corruptas e corruptoras.
Mas defender antigos estádios de
grades e fossos paleolíticos não faz sentido.
A idade dos antigos e simpáticos
estádios já chegou.
Melhor aposentar que contar mortos
e feridos...
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