ROBERTO VIEIRA
Muita gente não imagina - pensa que é
mentira. Mas os dias eram assim, bicho!
13 de maio de 1977. Dia da abolição
da escravatura por ironia. Os jogadores brasileiros recebem um decreto da
Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Todo mundo de juba aparada,
elegante e calado. Atleta da seleção na Copa de 78 não podia abrir o bico nem
opinar sobre nada: de esquema tático até política.
Se é que alguém era doido de falar em
política após o abril de pacotes e desavenças entre Geisel e o Congresso.
Marinho Chagas era alvo fácil Suas
madeixas louras eram fetiche para os delírios militaristas de plantão.
E assim, a seleção foi pra Copa com
um contrato milionário com a Adidas - os jogadores não viram um tostão. Um
capitão do exército foi o técnico. Um almirante foi o comandante fora das
quatro linhas - escalando até Dinamite.
Fomos campeões morais de uma Copa
imoral que de bom mesmo só apresentou cento e oitenta minutos da Laranja
Mecânica sem Crujff.
Laranja que tinha os cabelos dos
hippies woodstockianos.
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