Por
ROBERTO VIEIRA
A sociedade ficou estarrecida.
Perplexa, uai!
O antigo goleiro Bruno
está de volta.
Contratado pelo Boa
Esporte Clube.
A primeira sensação é
de indignação.
O monstro de volta aos gramados.
Onde está a Justiça?
Onde está Eliza?
Porque se é verdade que
Bruno voltará a jogar.
Também é verdade que
Eliza não voltará a viver.
Mas voltemos a primeira
questão:
Um criminoso pode
voltar a exercer sua profissão enquanto aguarda julgamento?
E a resposta é sim.
Bruno pode voltar a jogar
bola.
Bruno que teve a sorte
que milhares de antigos detentos não têm no Brasil.
Detentos que ao
deixarem seus presídios não encontram emprego.
Detentos que voltam ao
crime por absoluta falta de opções sociais.
Opções sociais que
deveriam ser garantidas em um país com tantos cristãos.
Basta ler em Hebreus.
‘Lembrai-vos dos
encarcerados como se estivésseis aprisionados com eles...’
Mas o exercício do
Cristianismo não é fácil, diria Gandhi.
Gandhi que se indagaria
dos motivos do Boa Esporte para contratar Bruno.
Puro marketing?
Espírito Cristão?
Precisam de um goleiro?
Tanto faz.
Bruno está tendo a
oportunidade que poucos antigos detentos têm no Brasil.
A oportunidade de
recomeçar a vida.
Até que a bola o
devolva ao banco de reservas.
Ou até que a Justiça o
devolva aos presídios.
Mas o mundo do futebol é
diferente do mundo dos pernas de pau.
No mundo da bola, caso
Jack o Estripador fizesse gol.
Algum time europeu iria
contrata-lo para a Liga dos Campeões.
Pois na verdade.
Só quem não pode
voltar a jogar e a viver é Eliza...
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