24 de fev. de 2017



Por ROBERTO VIEIRA
Ninguém poderia imaginar, nem Enéas nem seus irmãos ou os rapazes do Conjunto Pernambucano, aglomerado de não sei quantos prédios em Boa Viagem. Eram tempos de senadores biônicos e frevo em baixa voltagem. Mas eles queriam acordar o Recife com o frevo rasgado no gênesis do sábado de Zé Pereira.
A notícia saía no Diario de Pernambuco do dia 21 de janeiro de 1978. Porém, o itinerário da festa seria em Boa Viagem - nada a ver com o bairro de São José.
Sabe-se lá por que cargas de Pitu, uma semana depois o Galo já é anunciado no seu endereço definitivo no Bairro de São José. Os irmãos Mauro e Antonio Carlos ajudando Enéas a botar o bloco na rua.
Resgatar o frevo rasgado nas alamedas melancólicas era o desafio.
Doze músicos são contratados. Frevo só autêntico. Rua Floriano será o ponto de partida. De lá para Nova, Imperatriz e Hospício. Todos os fundadores do Bloco serão sagrados e consagrados Galos de Ouro.
O Bloco só admite homens, mas permite um bloco de mulheres fantasiadas de Negas Malucas.
Ainda bem.
Porquê Paulo Brossard, senador gaúcho pergunta: 'com a anistia, que será dos torturadores?', enquanto Fofinhos, Bacalhau na Vara, Traquinas, Donzelos e Estudantes disputam a fortaleza de São José nos dias do Rei Momo.
E a Fortaleza se rende ao Galo.
Em um desfile singelo e que nada lembra os desfiles suntuosos de hoje, o Galo dos meninos acorda a madrugada do Recife, cidade lendária.
Recife que nunca mais teve noite de sossego no sábado de Zé Pereira...


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