Por ROBERTO
VIEIRA
1971.
O mês é setembro, véspera do sete
de setembro pra ser mais exato.
O projeto seria inacreditável.
Porém, era um tempo de exceção.
O arquiteto Oscar Niemeyer ganha
manchete.
Ele é mentor de uma obra do realismo fantástico.
Niemeyer que sempre foi homem de
esquerda, adepto do Stalinismo.
Niemeyer bolava o projeto.
Mas quem toca a bola pra frente em Pernambuco eram Waldecy Pinto, Renato Torres e Antônio Didier.
Um estádio coberto para 140 mil
pessoas.
Um estádio a ser erguido pelo Sport
Club do Recife.
Três mil pessoas comparecem ao
lançamento da maquete.
A firma HB - Hoffmann Bosworth
Engenharia Ltda assume a responsabilidade pra tornar maquete realidade.
O Coronel Ivan Ruy, presidente do
Sport, discursa anunciando a aquisição de vinte e nove hectares da Ilha Joana
Bezerra, vizinha da Ilha do Retiro.
Seguindo o ritmo do Brasil Grande.
As obras absorveriam as vinte e
quatro horas do dia.
E como homenagem final?
O nome da praça de esportes será
Emílio Garrastazu Médici.
O mais belo estádio do mundo.
Tempo que passa.
O plano ficou na terraplanagem.
A maquete virou pó.
E Niemeyer se foi sem nem lembrar
do projeto – será que sabia?.
Niemeyer que se prepara para abrir
seu escritório em Paris.
Lá nos Campos Elísios - longe dos
campos de futebol.
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