26 de nov. de 2016



Por ROBERTO VIEIRA

Noite imensa.
Impossível dormir.
O travesseiro é pênalti.
A mente lembra cada detalhe.
Era um sábado de sol e festa.
26 de novembro de 2005.
Pernambuco estava em frevo.
Vinte mil alvirrubros chegam aos Aflitos.
Ondas vermelhas na Rosa e Silva.
Drama napoleônico ou seria brancaleônico?
Por que o sono não vem?
Eram pênaltis e mais pênaltis.
Expulsões intermináveis.
Locutores decretam o fim do Náutico.
O estádio deserto às seis da tarde.
Eram seis da tarde.
O gosto de Maracanã dezesseis de julho.
Onze anos depois.
Noite imensa.
Impossível dormir.
O travesseiro é pênalti.
A mente lembra cada detalhe.
Era um sábado de sol e festa.
Acordo.
26 de novembro de 2016.
Oeste, Vasco e Bahia.
Noventa minutos pela frente.
Trinta mil alvirrubros na Arena.
As cicatrizes na alma persistem.
O futebol é feito de batalhas.
Existem os que vencem e existem os que choram e retornam ao campo de luta.
Para todos existe o TEMPO.
Este senhor de barbas brancas que transforma onze anos em quase nada.
Ou quase tudo...
Porque sempre haverá outra seis da tarde.


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