9 de out. de 2016



ROBERTO VIEIRA

Troquei de roupa. Botei gravata e chapéu. Voltei no tempo, mas precisamente a manhã do dia 7 de abril de 1901.

O clube mais antigo de Pernambuco era fundado.

Fundado para ser o maior clube de Pernambuco.

Para dominar as águas como a Inglaterra.

Para dominar a cidade, o estado e a região.

Pernambucanos eram muito abusados naqueles dias - mais que hoje.

Não havia nenhum respeito pelo sul maravilha.

E esse clube cresceu abusado.

Oito anos depois foi convidados por aqueles rapazes de vermelho e preto para um duelo no British Club.

Para jogar um tal de futebol.

Pois o Náutico foi lá e sapecou 3 x 1.

E sempre foi assim com o Náutico.

Desafios existiram inúmeros - clubes centenários no Brasil são poucos.

Qualquer coisa de outro século no Brasil é olhada com desconfiança - quando morre?

Quando bate as botas?

Mas o Náutico foi se reinventando.

Passou pelos Dezoito do Forte.

Cresceu no Estado Novo.

Botou pra quebrar na redemocratização.

Quando os Beatles conquistaram o mundo, o Náutico conquistou o Brasil.

Foi a primeira equipe pernambucana - senão a única - a ser respeitada.

Talvez isso tenha sido ruim - transformou o torcedor do Náutico em um cara exigente.

Um cara que gosta da bola jogada, do gol bonito, do título legítimo.

Porque o Náutico só é campeão quando é indiscutivelmente o melhor.

Nenhum dos 21 títulos estaduais caiu de pés beijados no colo.

Todos são romances de capa, espada e muita bola.

Há algumas semanas, duvidaram da torcida alvirrubra.

Julgaram-na morta e insepulta.

Lázaro sem Jesus.

Mas o futebol é escrito pelos fortes.

Por aqueles que enxergam na Hungria e Holanda, não  a barreira intransponível.

Mas a semente da glória inesquecível.

Pois bem.

Lá em 1901, o pessoal não acreditou que algum alvirrubro tivesse dúvidas na cabeça.

O Náutico nasceu para ter um caminho de luz.

O Náutico não nasceu para algum lugar do passado.

O Náutico nasceu para viver de volta pro Futuro.

Faltam oito rodadas para o final da Série B?

Faltam!

Pois são 720 minutos para a glória!

720 minutos para buscar o título.

E para os que podem julgar este texto a peça de um louco.

Saibam que menos que o título não aceitariam os fundadores do Clube Náutico Capibaribe.

Eles esperam em algum lugar do universo que nós tenhamos a dignidade e a vergonha na cara que caracterizou o clube na sua fundação.

E aqueles que são formadores de opinião - aqueles que amam o clube.

Que todos caminhem unidos na maior cara de pau - como fez um certo Winston décadas atrás.

O Náutico não pode aceitar menos que a Série A.

O lugar do Náutico é entre os grandes do futebol brasileiro.

Dirigentes, torcedores, jogadores e Comissão Técnica!

Homens e Clubes nascem e vivem porque acreditam naquilo que são e naquilo que é sua MISSÃO.

Nunca devemos nos contentar com menos que TUDO!

Juntos?

Somos imensos!








Um comentário:

Comentários