5 de set. de 2016



  Por ROBERTO VIEIRA

Os dois maiores ditadores do século XX reinaram longe de casa.
Hitler deixou sua Áustria.
Stalin abandonou a Geórgia.
Pobres, revolucionários, fanáticos e traiçoeiros.
Ambos percorreram o longo caminho das ruas ao Poder.
O futebol para ambos era propaganda.
Boa, barata e da qual pouco conheciam dentro das quatro linhas.
Hitler lançou as bases do futuro poderio do futebol alemão.
Embora tenha dançado em casa nas Olimpíadas de 1936.
Seu pupilo Herbergger não fez feio no pós-guerra.
Stalin aprendeu com o colega e arquirrival.
Pegou o Dínamo de Moscou e mandou pra Inglaterra em 1945.
O Dínamo abriu a temporada em grande estilo.
Empatando com o Chelsea por 3 x 3.
Depois deu um pulo em Cardiff.
Sapecando 10 x1 no frágil Cardiff City.
O Arsenal acenou?
O Dínamo derrotou o Arsenal por 4 x 3.
Os britânicos estavam atônitos.
O Dínamo encerrou sua temporada empatando com o Rangers.
Stalin esfregou as mãos de contentamento.
Pegou o dinheiro da aposta com Churchill.
E liberou a vodka para seus heróis na volta pra casa.
Pois é.
Porém, taco a taco, cara a cara, nazistas e soviéticos nunca se enfrentaram.
Apenas nas ruelas de Berlim e do leste europeu.
Austríacos e georgianos?
Também não.
Até hoje.
Quando os países natais dos déspotas se encontraram pelas eliminatórias.
Uma partida que teria terminado em paredão nos anos 30 e 40.
Uma partida que hoje foi disputada na raça.
E, felizmente, apenas na bola... 


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