20 de jul. de 2016



O Vasco da Gama era vice-campeão carioca.

O Santa Cruz acabara de ser campeão pernambucano pela quarta vez em cinco certames.

O Vasco tinha o lendário Rey no gol.

Um Rey dos Folgados.

O Santa tinha Dadá e Tará.

Dadá salvava o arco tricolor.

Tará estufava as redes.

O Campo da Jaqueira estava lotado.

As entradas pela Rua do Futuro e Ruy Barbosa repletas.

Itália confirmado na defensiva cruzmaltina.

Sidinho e Zepequeno na ala esquerda coral.

O perigoso Limoeiro ia ajudar Tará a bater de frente com Zarzur.

O Vasco que já enfiara 5 x 2 no Náutico, dizem os pessimistas!

Os associados do Santa Cruz nem querem saber - entram de graça.

Basta mostrar o cartão número 3.

O Gabinete Português de Leitura abre a carteira.

Vai na Casa Krause e compra uma escultura de Keirubenger e oferta ao time carioca.

A obra foi premiada no Salão de Paris.

Tarde de domingo.

Recorde de público em Pernambuco.

Quem foi ver Rey viu Kuko.

Viu Nena.

Nena que abriu o placar aos 3 minutos de jogo.

Penalidade máxima cometida por Zé Orlando ao tocar a bola com a mão na grande área.

A torcida se cala.

Bola de pé em pé.

O Vasco bota o campeão pernambucano na roda.

Luna marca dois gols e só vale um.

Vasco 2 x 0.

Eram 23 minutos de jogo.

Faltavam dezessete para o final da primeira etapa.

O argentino Kuko endoida a retaguarda tricolor.

Nena aproveita e marca dois gols - aos 27 e 29.

Dadá se machuca.

Pedro entra em seu lugar.

Entra e leva o quinto - nena novamente.

O intervalo chega com 5 x 0 para o Vasco da Gama que joga de negro.

A segunda fase traz um Vasco mais tranquilo.

Malaquias e Sidinho diminuem para 5 x 2.

Rey se machuca.

É substituído por Panello.

O árbitro Manoel Pinto não tem muito trabalho - jogo de cavalheiros.

Orlando acerta um pipoco que se choca contra a trave de Pedro e entra.

Vasco 6 x 2.

29 de março de 1936.

O governador do estado aplaude e é cobrado.

Pernambuco precisa de uma praça de esportes à altura da sua paixão pelo futebol.

O governador Carlos de Lima Cavalcanti faz que leva a sério o pedido - mas está mais preocupado com seu pescoço nas mãos de Getúlio.

Estádio em Pernambuco?

Fica por conta de Náutico e Sport.

Enquanto isso, permanece o deslumbre e a dor de cabeça com aquele Vasco de Nena e Rey.

Um Vasco que estava a milhões de anos luz do nosso futebol...











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