10 de mar. de 2016





Por ROBERTO VIEIRA


Lula Carlos tinha então 34 anos.

Para quem o conheceu nos escritos contemporâneos, ainda era um cara sério.

Direto.

Sem os traços da fina ironia que o cercariam nos cabelos brancos.

Quando a tirania da vida e dos campos.

Transformaram seu olhar de jovem em sabedoria de quem viveu milhares de noventa minutos.

Lá estava Lula.

Janeiro de 1964.

Sem saber que estava para presenciar o inimaginável.

O seu Náutico ultrapassando os mais alentados sonhos de Eládio.

E Lula viu Gojoba abrir o marcador.

O Sport comemorava?

O Náutico já empatava, virava e era campeão.

Ivan, Salomão, Bita e Rinaldo.

Lula sorria e se encantava.

Não!

Lula não possuía a beleza dos dois toques.

Lula ainda prendia a bola na máquina de escrever.

Apagava os erros com a borracha e o coração.

Entregava a bola com maestria.

Porém, demorava-se no carinho suave e desleixado com a bem amada.

Lula era o JOGO FALADO.

NA GRANDE ÁREA.

E eis aí em cima meus amigos.

A crônica do Mestre que nos disse adeus em 2013.

Lula naquele janeiro de 1964.

Quando ele botou ponto final.

Gritou NÁUTICO para o inconsciente.

E começou a frequentar a eternidade...


Um comentário:

  1. Antonio (santista... simpatizante do Náutico... portuga... e, principalmente, um brasileiro...)10 de março de 2016 às 17:50



    pô, pô... ando um pouco ansioso...

    vi na chamada desta nota "Lula"...

    pensei rapidinho: será que o querido poeta tá dando em 1ª mão a notícia da prisão?...

    é que o homem quer entrar pra história do país... então...

    pô... o assunto é outro...

    ainda...


    é... estou ansioso...

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Comentários