29 de mar. de 2016





ROBERTO VIEIRA


Conhecemos nessa vida, muitas pessoas extremamente talentosas, dribladoras, geniais. Craques. Porém, tais jogadores dominam a bola e insistem em jogar sozinhos, fintando quem aparece pela frente, tentando ganhar os jogos sem ajuda de ninguém. Elas chegam a marcar gols antológicos, ganham manchetes, mas invariavelmente têm carreira curta, vagueiam de clube em clube, nunca conseguem títulos nem conquistas importantes. São apenas um show de variedades da história.

Do outro lado, temos também craques, e às vezes jogadores menos virtuosos, driblando e tocando a bola, buscando parcerias, dividindo responsabilidades, aperfeiçoando seu talento no esforço coletivo. Eles compreendem que não existe triunfo concreto nem duradouro sem a presença do talento de quem lhes acompanha.

Assim jogava Pelé. Buscando tabelinhas com Pagão, Coutinho e Tostão. Brilhando na busca de colegas de equipe que brilhassem também. Quanto maior o talento de seus companheiros, maior a estrela de Pelé.

Assim também funcionavam Di Stefano, Puskas, Cruyff. Assim funciona atualmente Messi. Quanto mais ele se subverte ao talento de um Iniesta, um Busquets, um Neymar e Suarez, mais transcende a grandeza do seu toque de bola.

A vida imita o futebol. Sozinhos podemos pintar misérias, brincar de jogar e de viver, mas o triunfo terá fôlego curto. Rapidamente os zagueiros da vida nos roubam a bola. De cada cem bolas em nossos pés egoístas, noventa e nove são perdidas diante da defesa cada vez mais sólida ante nossa vontade.

A vida e o futebol. 

Todas as coisas no universo funcionam desta maneira.

A felicidade está em trocar passes. 

A felicidade repousa nas tabelinhas da vida...


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