
Por ROBERTO VIEIRA
Pelé é do tempo da Fratelli Vita.
Do tempo da TV preto e branco.
Do tempo em que se chutava pedras no caminho da escola com kichute.
Kichute que imitava as chuteiras de futebol.
Pelé é do tempo do fliperama.
Do tempo em que a Realidade era vendida nas bancas.
Tempo do namoro no portão.
Tempo em que pegar na mão era uma brasa, mora.
Tempo em que se jogava bola de gude.
Quem assistiu Pelé jogando ao vivo tomava maltado.
Assistia Canal 100 nos cinemas de bairro.
Queria ser astronauta.
Pois Pelé é do tempo em que se empinava pipa.
Tempo em que se colecionava álbuns de figurinha.
Tempo em que havia roupa pra missa de domingo.
Pelé é tão antigo como ir a campo sem torcida organizada.
Torcer sem medo de morrer na arquibancada.
Tempo em que a torcida gritava o inocente "É marmelada!"
Talvez, por ser tão antigo, Pelé tenha falado no México sobre amor à camisa.
Amor à camisa que é tão velho quanto a Fratelli Vita.
Amor à camisa que causa espanto na geração Coca-Cola.
* Para os que duvidam do amor do Rei pela amarelinha, uma dica. Assistam ao pungente segundo tempo de Brasil x Portugal na Copa de 66.
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