26 de out. de 2008







Por ROBERTO VIEIRA

Durante séculos, a virada de mesa foi uma instituição no futebol brasileiro.

Virada de mesa plagiada das rodas de pôquer.

O time perdia?

Vira a mesa!

Fulano era rebaixado?

Vira a mesa!

Sicrano vai mal no Nacional?

Muda a tabela!

Era como Arena e MDB. UDN e PTB. Mágica de circo mambembe.

Até que um dia, as leis do mercado obrigaram a dar cabo da farra.

Muitos grandes clubes exclamaram:

"É o fim do mundo! É o fim do mundo!"

Veio o apocalipse. E o mundo não acabou.

O Grêmio caiu e subiu.

Palmeiras e Botafogo também.

Atlético-MG, idem.

E em 2008 , surpresa!

Assistimos o paradoxo da mesa.

A segunda maior torcida do país aplaudindo seu time na segunda divisão.

Vibrando nas arquibancadas de olhos marejados.


Como se o Pacaembu vivesse uma final de Copa do Mundo.

Como quem tem nas mãos um royal straight flush.

Tudo pela digna e comovente reconquista do direito de disputar a Série A do Brasileirão.

Pra quem é corintiano, carnaval.

Pra quem não é corintiano, a esperança.

A torcida brasileira que aplaudia no passado as jogadas dos cartolas nos bastidores.

Manobras cheias de politicagem e esperteza.

Agora vibra com as jogadas dentro de campo.

E a mesa termina os jogos como começou.

Em pé...




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