Por ROBERTO VIEIRA
Durante séculos, a virada de mesa foi uma instituição no futebol brasileiro.
Virada de mesa plagiada das rodas de pôquer.
O time perdia?
Vira a mesa!
Fulano era rebaixado?
Vira a mesa!
Sicrano vai mal no Nacional?
Muda a tabela!
Era como Arena e MDB. UDN e PTB. Mágica de circo mambembe.
Até que um dia, as leis do mercado obrigaram a dar cabo da farra.
Muitos grandes clubes exclamaram:
"É o fim do mundo! É o fim do mundo!"
Veio o apocalipse. E o mundo não acabou.
O Grêmio caiu e subiu.
Palmeiras e Botafogo também.
Atlético-MG, idem.
E em 2008 , surpresa!
Assistimos o paradoxo da mesa.
A segunda maior torcida do país aplaudindo seu time na segunda divisão.
Vibrando nas arquibancadas de olhos marejados.
Como se o Pacaembu vivesse uma final de Copa do Mundo.
Como quem tem nas mãos um royal straight flush.
Tudo pela digna e comovente reconquista do direito de disputar a Série A do Brasileirão.
Pra quem é corintiano, carnaval.
Pra quem não é corintiano, a esperança.
A torcida brasileira que aplaudia no passado as jogadas dos cartolas nos bastidores.
Manobras cheias de politicagem e esperteza.
Agora vibra com as jogadas dentro de campo.
E a mesa termina os jogos como começou.
Em pé...


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