Por ROBERTO VIEIRA
Querido Celso,
Estou meio esquecido do mundo - se bem que querem voltar pra mim, mas não esqueci de você e tenho certeza de que você não esqueceu de mim também.
O mundo dá voltas e voltas, deu 365 voltas após seu último momento nessa dimensão terrena, deixando na gente a sensação de que o passado era um lugar de sonho e saudade. Era um tempo no qual a gente se encontrava constantemente, trocávamos figurinhas, deixávamos a alegria do futebol enternecer nosso corpo e nossa alma.
Pois esses 365 dias foram terríveis. O país mergulhou de cabeça numa crise sem fim, o povo viveu dias de amargura, bombas e assassinatos transcorreram como a coisa mais banal do mundo - tudo muito distante do seu sorriso e cavalheirismo impecáveis.
Eu poderia com esta grama em frangalhos e as traves em pedaços, traves onde se abriga nosso amigo Djalma, dizer que o mundo não presta. Dizer que melhor mesmo era lá no passado, quando nós dois existíamos como realidade móvel e imóvel.
Só que dizendo isso eu estaria contrariando o amigo que prezo tanto.
Você iria me dizer se estivesse Here Today - como cantava Paul com saudades de John - que as lembranças das vezes em que choramos porque não havia nada mais a fazer foram belas. Porém, mais belo é o futuro daqueles que ficaram nesse mundo para cumprir sua missão.
Ninguém entende esse mundo, meu amigo. Porém nós sempre podemos cantar como cantavam Paul e John. E é claro que eu, velho estádio que o mundo esqueceu, também posso cantar a minha maneira.
Cantar como se você estivesse Here Today... pois na verdade você sempre estará!
Recife, 24 de janeiro de 2017
Estádio dos Aflitos
Querido Celso,
Estou meio esquecido do mundo - se bem que querem voltar pra mim, mas não esqueci de você e tenho certeza de que você não esqueceu de mim também.
O mundo dá voltas e voltas, deu 365 voltas após seu último momento nessa dimensão terrena, deixando na gente a sensação de que o passado era um lugar de sonho e saudade. Era um tempo no qual a gente se encontrava constantemente, trocávamos figurinhas, deixávamos a alegria do futebol enternecer nosso corpo e nossa alma.
Pois esses 365 dias foram terríveis. O país mergulhou de cabeça numa crise sem fim, o povo viveu dias de amargura, bombas e assassinatos transcorreram como a coisa mais banal do mundo - tudo muito distante do seu sorriso e cavalheirismo impecáveis.
Eu poderia com esta grama em frangalhos e as traves em pedaços, traves onde se abriga nosso amigo Djalma, dizer que o mundo não presta. Dizer que melhor mesmo era lá no passado, quando nós dois existíamos como realidade móvel e imóvel.
Só que dizendo isso eu estaria contrariando o amigo que prezo tanto.
Você iria me dizer se estivesse Here Today - como cantava Paul com saudades de John - que as lembranças das vezes em que choramos porque não havia nada mais a fazer foram belas. Porém, mais belo é o futuro daqueles que ficaram nesse mundo para cumprir sua missão.
Ninguém entende esse mundo, meu amigo. Porém nós sempre podemos cantar como cantavam Paul e John. E é claro que eu, velho estádio que o mundo esqueceu, também posso cantar a minha maneira.
Cantar como se você estivesse Here Today... pois na verdade você sempre estará!
Recife, 24 de janeiro de 2017
Estádio dos Aflitos
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