Por
ROBERTO VIEIRA
Não existiria futebol
moderno sem aviões.
A primeira Copa do
Mundo foi disputada de barco – assim como a segunda, a terceira e a quarta.
A quarta já tinha
aviões.
A Inglaterra chegou
pelo ares ao Brasil.
Mas a Itália veio pelo
Atlântico.
Porque a Itália acabara
de conhecer os perigos da aviação.
O supertime do Torino
desaparecendo em Superga.
Foi a primeira vez que
os aviões decidiram uma Copa do Mundo.
A Itália veio
desgovernada para a Copa de 50.
Foi desclassificada
pela Suécia.
E deixou de conquistar
a Jules Rimet em definitivo.
Quase dez anos depois.
Os aviões quase
aniquilam o Manchester United.
Jóia da Coroa inglesa
saída da II Guerra Mundial.
Duncan Edwards e Tommy
Taylor se vão.
Bobby Charlton se salva
por milagre.
A Inglaterra chega
capenga na Copa de 58.
Empata com o Brasil sem
Pelé e Garrincha.
Brasil que ela goleara
em 1956.
Atrasa seu projeto de
ser campeã mundial até 1966 – com Charlton.
Em 1987, chegou a vez
do Alianza de Lima.
O time desparece no mar
de Ventanilla.
Para sempre.
E os aviões voltaram a
assombrar na noite da Chapecoense.
Porque não existiria
futebol moderno sem aviões.
Pelé e Messi passaram
mais tempo neles que dentro de campo.
Porém, Gerson, Berman e
Bergkamp não eram loucos afinal.
Tudo que é sólido corre
o risco de desmanchar no ar...
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