O artigo foi escrito e publicado no dia 01/12/2015. Ontem, a ciência comprovou que o genoma do zyka no Brasil é de 2013.
Por ROBERTO VIEIRA
A Copa do Mundo é um evento fabuloso que reúne
pessoas, bactérias e vírus de todo o planeta numa festa de cores e gols. Turistas
transportam sua paixão pelo futebol e suas doenças, assim como os primeiros
colonizadores na história universal.
Durante milênios o intercâmbio de culturas, mazelas
e doenças já existia mesmo sem a bola rolando. Os mosquitos africanos se banhando
em solo brasileiro após a viagem nos navios negreiros, os treponemas americanos
navegando em águas europeias, a peste negra dizimando povos e crenças.
A história do homem também pode ser narrada pelo
turismo dos micro-organismos. Esta verdade é incontestável para os homens de
ciência faz tempo. De tal forma que a gente se assusta com as declarações de
nossas autoridades nos últimos dias.
O governo de Pernambuco e do Brasil anuncia esta
semana a guerra contra o Zyka vírus.
Parece legal.
A gente chega a se sentir seguro, né?
Mas vamos observar as palavras do Ministro da Saúde,
Marcelo Costa sobre a situação:
‘Reconheço
que nos últimos anos não vínhamos combatendo o mosquito para vencer e por isso
estamos perdendo’.
Marcelo Costa deveria permanecer quieto e
trabalhando. Porque vírus e bactérias não se combate para perder. Vírus e
bactérias são tão fortes como húngaros na Copa de 1954 e holandeses na Copa de
1974. Eles só podem ser derrotados com um esforço imenso de corpos e mentes em
campo.
Querem fatos?
Pois bem.
Enquanto nosso governo combatia vírus para perder,
trinta e oito casos da Síndrome de Guillain-Barre eram registrados na Polinésia
Francesa entre novembro de 2013 e fevereiro de 2014. Todos estes casos estavam
ligados ao Zyka vírus.
O vírus infectou 28 mil pessoas na Polinésia
Francesa neste período.
O número corresponde a 11% da população local.
O alerta foi então decretado pelo ECDC ( Centro
Europeu Para Prevenção e Controle de Doenças).
Enquanto isso, as autoridades brasileiras jogavam
pra perder contra o Aedes, segundo o Ministro da Saúde.
O problema, caro Ministro, é que o Zyka e seus
colegas de time jogam no erro do adversário.
Descoberto em macacos de Uganda na
década de 40, o Zyka atingiu o primeiro ser humano quinze anos depois, em 1962.
Parecia adormecido, mas chegou na Indonésia em 1977 com sete casos
reconhecidos. Silêncio e vinte anos depois atingia a Micronésia, Senegal e Camboja.
Mais um pulo e estava no Japão.
O que era curiosidade científica virou epidemia na
Polinésia.
O que tem o futebol a ver com tudo isso?
Bem, fora a analogia com nossas autoridades jogando
pra perder um campeonato da vida que deve ser jogado sempre para vencer, existe
outro fato corriqueiro, banal, singelo.
Um ano antes da Copa do Mundo se joga a Copa das
Confederações. É um evento teste para avaliar as reais condições do país que
vai sediar a Copa. Verificar como estão as instalações esportivas, a hotelaria
e a malha de transportes.
2013 foi o ano da Copa das Confederações no Brasil.
Por um acaso do futebol, uma das seleções
classificadas era fraca de dar dó. Era uma equipe simpática, mas que apanhou
feio de todo mundo. Levou de 6x1 da Nigéria, de 8x0 pro Uruguai e de 10x0 da
Espanha. Independente das goleadas, deixou saudade na torcida brasileira pelo fair play e inocência.
Tal seleção era o Taiti, campeão da Oceania e
representante da Polinésia Francesa nas competições oficiais da FIFA.
Polinésia Francesa que estava prestes a enfrentar
uma epidemia do Zyka vírus.
Uma das cidades onde jogou o Taiti foi Recife...
Marcelo Lins diz:
ResponderExcluirCaro Roberto não sou médico, mas fico estarrecido com as notícias acerca do zika e do aedes, como um país como o nosso fica a mercê desse mosquito?
Que descaso com a saúde pública, em um País que se torra bilhões com corrupção...
Como assistir ao desespero das grávidas com a possibilidades de seus filhos desenvolverem microcefalia por culpa de um estado inerte?
Confesso que perco minhas esperanças no Brasil. Apenas uma pergunta:
Aonde estão os brasileiros que foram as ruas em 2013?
Querido Roberto,
ResponderExcluiré com muita tristeza que digo isto:
"no Brasil fala-se, fala-se, fala-se... e só fica nisso... fazer: deixa pra lá"
queres ver: orçamento... mas não, essa palavra é comum... vamos inventar siglas... vamos enganar o povinho...
é assim aqui... trabalho: nada disso, os nossos governantes nada querem a respeito
infelizmente, perdemos o momento... acredito estarmos condenados para sempre...
ficamos do lado da Bolívia, Equador, Venezuela...
ah, a Argentina... bem... parece que eles estão a olhar mais para o Pacífico...
1 abraço.,
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