Por
ROBERTO VIEIRA
A atual epidemia de
dengue, zica e chikungunya é terrível.
A saúde pública
brasileira é um desastre.
Atletas olímpicos
pensam duas vezes para vir nas Olimpíadas.
O mundo observa a miséria
ganhando de goleada em nosso país.
Tudo certo, tudo
correto.
Mesmo assim, ainda
estamos melhor que nas ditaduras.
Oitenta anos atrás, em
1937, Castro Simões era delegado de saúde em Santos-SP.
Deu-se uma epidemia de
poliomielite.
A mesma poliomielite
que abatera Franklin Roosevelt nos EUA.
Getúlio Vargas no
Poder.
Véspera do Estado Novo.
Prisões superlotadas.
Castro Simões foi aos
jornais dizer que estava tudo bem.
Ordens do caudilho.
Em 1939, nova epidemia,
desta vez no Distrito Federal.
Pânico no Rio de
Janeiro.
Silêncio criminoso de Getúlio.
O médico Figueiredo
Rodrigues foi enfático:
‘O amor materno
exaltado de nossa raça gerou o pânico!’
Muita gente foi na
conversa do tal governo.
(Como na epidemia de
meningite nos anos 70)
A censura calava os
jornais.
Silenciava as rádios.
Mandava que se curtisse
o futebol.
Futebol que tinha em
Getúlio Vargas Filho, um apaixonado.
Getulinho eleito
presidente da Federação Paulista de Futebol em janeiro de 1943.
Getulinho que tinha
apenas 24 anos de idade.
Pois bem.
Quinze dias após a
eleição por unanimidade.
Getulinho adoece e vem
a falecer.
Poliomielite.
A doença que era negada
pelo Estado Novo.
Getúlio Vargas se
desespera.
A morte do filho fica
gravada em sua biografia.
Morte que pode ser lida
na extraordinária biografia do ditador.
Escrita pelo cearense
Lira Neto.
Episódio triste e
emblemático, resta um detalhe.
Um detalhe solto na
história.
Getúlio Vargas se
suicida no dia 24 de agosto de 1954.
Curiosamente ou não.
O dia em que Getulinho
completaria 36 anos...
Gostaria de adquirir o livro do América PE de sua autoria, como faço? francapmpe@outlook.com
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