Vida...
Na vida é preciso talento, trabalho e sorte.
Pra chutar pro lado certo na hora certa.
25 de janeiro de 1978.
O lateral Jorge Luís acerta contrato com o Náutico.
Vicente e Zuza iam embora.
O atacante Valtinho chegava.
Jorge Luís vinha do futebol carioca.
Nunca foi exatamente unanimidade perante a torcida alvirrubra.
Vivia falando em ir embora.
O futebol local estava uma draga.
Santa Cruz jogando sozinho.
Mas nada indicava que iria acontecer aquele lance.
5 de agosto de 1979.
Domingo, eu sentado nas cadeiras do Arruda.
Doze mil torcedores acompanham o clássico mais modorrento da história.
Sem brincadeira, estava chato pacas.
Nenhum dos dois time teve uma chance sequer de gol.
De repente - e quem foi no banheiro ou olhou na paisagem não viu.
Eis que o nobre lateral esquerdo Jorge Luis recebe a pelota.
Lado oposto ao das cabines de rádio.
Pose de Nilton Santos, olhar maligno.
Jorge Luis recua sem olhar para o goleiro Washington.
Jorge que estava na risca de meio campo.
Na minha frente.
A bola voa pela tarde ensolarada da Veneza Brasileira.
Límpida, precisa, eloquentemente como chutada por Pelé.
Carlos Alberto Rocha acompanha o vôo da esférica.
Drailton não acredita no que vê.
O goleiro Washignton nem tenta dar meia volta da marca do pênalti.
Gollllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
O Santa Cruz vence por 1x0.
E eu comecei a aprender que existem coisas que só acontecem com dois times:
Náutico e Botafogo.
* Dedicado ao Mestre André Gustavo Leão
0 comentários:
Postar um comentário
Comentários