30 de jan. de 2015




Por ROBERTO VIEIRA


Uma nação, um clube, uma roda de amigos numa mesa de bar.

Uma família.

Todos se constroem com amizade, respeito, civilidade e tradição.

Podem pegar um ESAB, um RECIFE da vida.

Ganham jogos e depois desaparecem sem deixar rastro.

O Clube Náutico Capibaribe levou cem anos para nascer, crescer e se multiplicar.

Náutico que cresceu por causa dos seus títulos, mas não apenas por isso.

O Náutico cresceu baseado em sua história de ídolos, fidalguia e tradição.

Não.

O Náutico não é o clube com mais títulos em Pernambuco.

Porque não precisa.

Até que gostaria, mas não precisa.

O tricampeonato dos anos 50 vale mais que um dez taças na sede.

Por causa da lembrança imorredoura de Ivanildo, Caiçara, Lula, Manuelzinho.

Por causa da reconstrução da sede incendiada.

O título de 1939?

É o apogeu de um estilo de jogo inédito em nossa região.

Um estilo de jogo jogado e de bola na rede.

Um título que deixou pra trás Tará e Queixada.

A briga com a Federação em 1946?

Um exemplo de que a honra não estava à venda no final do Estado Novo.

O Hexa, 1974, 2001?

Páginas definitivas de um clube digno dos Eládios e Sebastião Orlandos.

Não devemos temer pelo Náutico na luta contra os disfarces da ARENA.

Não devemos temer pelos dez anos sem título.

O perigo para o Náutico repousa no exílio de seus ídolos.

O ocaso do Náutico se vislumbra no discurso vazio e cheio de raiva e ambição desmedidas.

O juízo final alvirrubro?

Este só virá quando os dirigentes alvirrubros convencerem ao torcedor apaixonado que amizade, respeito, civilidade e tradição não valem nada.

O negócio é workshop, vaquinhas e arrendamento da sede por vinte moedas.

 O triste e vexatório - para o Náutico - episódio com Mestre Ivan Brondi é didático.

O ano de 2013?

Também.

Mestre Ivan Brondi é um gigante pela própria natureza.

Escreveu sua história nos campos e na vida.

Bela e imortal história.

Mas um clube de futebol que sacode 100 milhões de reais pelas janelas em dois anos.

Um clube de futebol que prescinde de um Ivan Brondi.

Um clube de futebol onde os dirigentes decidem seguir o messianismo ao invés da bandeira do clube.

Um clube de futebol que vive de dívidas e duplicatas.

Um clube de futebol que dialoga mais com as redes sociais que com sua torcida de carne e osso.

Um clube de futebol que sacode pedras em vez de construir pontes.

Este clube tem um futuro duvidoso.

Duvidoso, para dizer o mínimo.

Faz tempo que meu Náutico repousa no passado.

Aquele passado de amizade, respeito, civilidade e tradição.

Este é meu Náutico.

Este é o Náutico de milhares de apaixonados que não conseguem entender o que acontece com os dirigentes quando tomam o Poder.

Dirigentes que esquecem o que jamais poderiam esquecer - ou talvez nem aprenderam.

A lição mais simples e singela.

O bê-a-bá de quem é Timbu de corpo e alma.

Eles esquecem simplesmente o que é o Clube Náutico Capibaribe.




8 comentários:

  1. Bom dia Roberto! Uma dúvida e está sem nenhum julgamento. Você ainda é Diretor de Comunicação do Náutico? Caso negativo quanto tempo ficou é o porquê da saída.

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  2. Minha saída? Acabei de explicar no texto, Mestre Fábio...

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  3. Texto perfeito e condizente com a realidade do Náutico.
    Enquanto reinarem o orgulho, a soberba e os interesses pessoais, o Náutico nunca sairá do canto.
    Peço vossa autorização para postar este texto em nosso blog: http://pactoalvirrubro.blogspot.com e convido-o a participar do Pacto conosco.
    Forte Abraço e Saudações Alvirrubras!

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  4. Excelente texto, Roberto. Parabéns.

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  5. Dizem que, em uma Ópera, um péssimo tenor, estrepitosamente vaiado, virou-se para a plateia e disse: "Aguardem. Vocês ainda não ouviram o Barítono..."

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  6. É inacreditável a quantidade de apoios de qualidade perdidos por essa gestão.

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  7. Embora triste com os fatos ocorridos no clube,parabenizo Roberto pelo texto.

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Comentários