21 de jan. de 2015




Por ROBERTO VIEIRA


Tardes de sábado.

Ou nas noites de terça-feira.

Praça Maciel Pinheiro, em frente ao Hotel São Domingos.

Lá ia eu e um monte de pirralhos esperar os craques.

'Olha o Clodoaldo!'

'O bigode do Rivelino é feio, oxente!'

'Peléééééééééééé!!!!!!!!!!!!!!!'

Autógrafo era coisa de americano.

O que a gente queria era ver os ídolos.

Imaginar que eles iam chamar a gente pra completar o Santos.

O Botafogo de Jairzinho.

O Palmeiras de Ademir e Leivinha.

Nos sonhos – parecia coisa de Fernando Sabino.

Faltava sempre um jogador e a gente era chamado de repente.

'Entra lá e mostra o que tu sabe, moleque!'

E a gente entrava, tabelava com Gerson e estufava o barbante de Detinho.

Hoje não tem mais Hotel.

Hoje tem apenas a fachada da casa de Clarice Lispector.

Criança que ali viveu e sonhou.

Sonhou como nós, crianças felizes de um tempo antigo.

Hoje, os craques brasileiros – nem tão craques assim.

Autografam camisas do Chelsea.

Barcelona.

Bayern.

E as crianças brasileiras assistem seus astros em outro planeta.


Um planeta chamado televisão...  


2 comentários:

  1. Julio Cezar, David, Leandro Eusébio, Flavio, Gastón, João Ananias, Fillipe Souto, Pedro Carmona, Rony, Patrick Vieira e Stefano Yuri. Se não são craques, pelo menos no papel é um belo time, dado os tempos de vacas magras que vivemos. E por R$ 350.000, uma verdadeira pechincha. Agora é com o professor Moacir. Time deram, agora é manter os pagamentos em dia...

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  2. E não é que esse time pode dar liga!
    Esperançoso estou com o desempenho alvirrubro para 2015.
    E ainda poderá vir a cereja do bolo...

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Comentários