27 de set. de 2012






Por ROBERTO VIEIRA


Era uma pancadaria de mentirinha.

A Múmia rodopiava e desabava na lona.

Ted Boy Marino sofria.

Mas vencia no final.

Pois o Bem sempre vence.

Eram assim os dias de domingo.

Nada de UFC.

Nada de joelhada na cara.

Nada de matar o adversário.

Tudo pastelão e pipoca.

O Mongol dava medo.

O Capanga era uma parada!

No colégio a gente tentava imitar os rodopios.

As acrobacias.

Quando os padres não estavam olhando.

Um dia tudo foi se acabando.

Os patrocinadores acharam coisa melhor pra vender.

A turma toda ficou meio órfã.

Beatles, Telecatch, Renato e seus Blue Caps, Jovem Guarda e mãos dadas.

Nunca mais.

Chegaram os tempos de luta armada.

Tempos de Atom Heart Mother.

Tempos octogonais.

O cinema paradiso virou blue ray.

Mas de vez em quando o coração aperta.

A saudade bate forte.

Saudade da inocência perdida.

Saudade que agora atende pelo nome de Ted Boy Marino.

Ted Boy.

O grande herói daquelas tardes de domingo...



8 comentários:

  1. Aqui em São Paulo era transmitido pela Gazeta ... me lembro do Fantomas ... da Múmia ... tinha um King Kong (vestido de macaco e tudo) ... tinha um tal de Aquiles (que mordia a testa dos adversários até sangrar - época pré AIDS, lógico) ..

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  2. Ele fez parte da primeira formação dos trapalhões e participou várias vezes dos programas com Renato Aragão e cia, para quem tem um pouco mais de vinte...quase trinta, ficam as lembranças,.

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  3. adeus ,ted .. as suas lutas era do estilo romantico.. as crianças e os jovens da nossa epoca adoravam ele ..

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  4. Confesso que não conhecia Ted Boy, mas tive a curiosidade de visitar o You Tube... e ele merece todas as homenagens!

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    1. com certeza ,washington.. mas o brasil nao tem memoria ..

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    2. eu tb não conhecia, mas as pessoas mais velhas me disseram que o cara era bom

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  5. Pero que sí, pero que no.
    As últimas palavras que escutei dele, ainda na Escolinha do Professor Raimundo.

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  6. Bela homenagem. Cresci vendo as "pancadarias de mentirinha" no tempo do romantismo e da inocência. Sem hematomas, nocautes e ringues ensanguentados. Com o tempo, nossos heróis envelhecem e um dia se vão. É o caminho de todos nós.

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Comentários