
Por ROBERTO VIEIRA
Ele vaga solitário em Taubaté.
Sua amada platônica se foi.
Não, ela não morreu.
Apenas deixou de acreditar.
Assim, sem mais nem menos. Do dia pra noite.
Depois de trocar o noticiário político pelo caderno de esportes.
Restou apenas ele.
O velhinho de Taubaté.
Antigo centroavante do Esporte Clube Taubaté.
Barrado, pois não sabia cavar um pênalti.
Mandado embora, depois de confessar que fizera um gol de mão.
No fatídico jogo contra o Luzitana em 1942.
Ele ainda acredita piamente.
Mas anda inquieto ultimamente, segundo relatório dos espiões da CBF.
É mala preta.
Mala branca.
Julgamento do STJD.
Juiz viajando com time no mesmo avião.
Jogador que não sabe em que altar se ajoelhe.
Verde ou rubro-negro?
O último instante de perigo ocorreu nesta quinta-feira.
O velhinho de Taubaté é fã do atacante Kléber Pereira.
Mandou até um telegrama de congratulações pela coragem do craque no jogo contra o Vasco.
A frase sobre um bolso cheio de dinheiro foi lapidar.
Porém, o velhinho acabou de saber que tudo não passou de um mal entendido.
O STJD aceitou as explicações do jogador:
Kléber poderá jogar a última rodada do Brasileirão.
A CBF está em polvorosa.
Mas o velhinho não deu sinais de tristeza.
Apenas desligou o rádio de válvula e foi dormir.
Olhando para o retrato da velhinha na mesa de cabeceira...
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