
O primeiro Náutico e Santos em Campeonatos Brasileiros foi um jogo calmo.
Calmo até os 43' do segundo tempo.
Depois virou Bagdá.
4 de outubro de 1972. Noite. Estádio do Arruda.
O Rei Pelé não quis jogar. Mandou em seu lugar o caro amigo Afonsinho. Craque e futuro médico.
O Afonsinho da célebre música de Gilberto Gil.
O único jogador que era livre no Brasil.
Tinha o próprio passe. Podia usar barba.
Eram tempos de lâminas de barbear.
O Náutico alinhou Lula Monstrinho; Gena (Borges), Gilson, Sidclei e Zé Júlio; João Paulo e Cordeiro; Paulinho, o jamaicano Alan Cole, Paraguaio e Elói.
O Santos veio com Cláudio; Orlando, Carlos Alberto Torres, Oberdan e Zé Carlos; Léo e Afonsinho; Roberto Carlos, Nenê, Adilson e o extraordinário Edu.
Público de 10.412 pessoas.
Aos 20', Alan Cole deixa Paraguaio cara a cara com o gol. Mas Cláudio salva milagrosamente.
Aos 30', Edu entra driblando três defensores do Náutico e acerta a trave.
Aos 36', o primeiro gol em Nacionais. Gol do morrinho artilheiro. Zé Carlos tabela com Léo, recebe de volta e meio sem jeito chuta. Lula aceita.
Vem o segundo tempo. O Náutico poderia ter enfiado uma goleada, mas a bola não entra.
Entre os 30 e os 40' Paulinho e Elói perdem dois gols cada.
Até que aos 43' Gilson encontra Paulinho desmarcado na grande área. Orlando dava condições. Paulinho domina e empata o jogo.
O árbitro José Marçal Filho e o auxiliar Hélio Ferreira correm para o centro de campo. Junto com eles o time todo do Santos.
O pau quebra. A polícia entra. Orlando troca tapas com os soldados.
Durante 13 minutos o Arruda vira uma praça de guerra.
No final, apenas um expulso: Ferreira. Justamente quem não participara da briga.
Náutico 1 x 1 Santos.
Guerra.
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