3 de dez. de 2008




Hamilton

O profissionalismo no futebol chegou, por cima dos panos, ao Brasil em 1933.

Antes era tudo na mutreta.

Com o profissionalismo chegaram as obrigações e as desobrigações.

Durante décadas, os jogadores pagaram o pato.

Heróis nas vitórias.

Abandonados na miséria da aposentadoria.

A luta pelo reconhecimento da profissão cabe num livro.

Daqueles de 1000 páginas.

O atleta recebe o justo em um mundo de valores irracionais.

Proporcionais apenas, a paixão do jogo.

Mas...

Hoje, o volante Hamilton do Náutico recusou-se a seguir viagem com a equipe.

Disse estar inseguro da sua condição física.

Independente do que diz o médico alvirrubro.

A cabeça de Hamilton está distante.

Noutro clube.

Hamilton já não se sente um profissional de Rosa e Silva.

OK.

O mundo é livre. Vivemos numa democracia.

Porém, se os salários estão em dia.

Se o clube honrou seus compromissos com o jogador.

Então, faltou seriedade ao atleta.

Um trabalhador precisa ser tratado dignamente.

Para poder render o máximo.

Para poder ser feliz.

Além de tudo isso, existe uma outra coisa.

O direito de alguém termina onde começa o seu dever.

Caro Hamilton.

A vida é longa.

E toda arte, é breve!

Abandonar o barco no meio da tempestade pode salvar sua vida.

Mas, o destino, pode ser um mar infestado de tubarões...



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