
Hamilton
O profissionalismo no futebol chegou, por cima dos panos, ao Brasil em 1933.
Antes era tudo na mutreta.
Com o profissionalismo chegaram as obrigações e as desobrigações.
Durante décadas, os jogadores pagaram o pato.
Heróis nas vitórias.
Abandonados na miséria da aposentadoria.
A luta pelo reconhecimento da profissão cabe num livro.
Daqueles de 1000 páginas.
O atleta recebe o justo em um mundo de valores irracionais.
Proporcionais apenas, a paixão do jogo.
Mas...
Hoje, o volante Hamilton do Náutico recusou-se a seguir viagem com a equipe.
Disse estar inseguro da sua condição física.
Independente do que diz o médico alvirrubro.
A cabeça de Hamilton está distante.
Noutro clube.
Hamilton já não se sente um profissional de Rosa e Silva.
OK.
O mundo é livre. Vivemos numa democracia.
Porém, se os salários estão em dia.
Se o clube honrou seus compromissos com o jogador.
Então, faltou seriedade ao atleta.
Um trabalhador precisa ser tratado dignamente.
Para poder render o máximo.
Para poder ser feliz.
Além de tudo isso, existe uma outra coisa.
O direito de alguém termina onde começa o seu dever.
Caro Hamilton.
A vida é longa.
E toda arte, é breve!
Abandonar o barco no meio da tempestade pode salvar sua vida.
Mas, o destino, pode ser um mar infestado de tubarões...
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