Por ROBERTO VIEIRA
Tomé virava pra mim e duvidava.
"Esse time é uma vergonha!"
Enquanto Tiago do meu lado, dizia:
"É um time de heróis".
O Internacional marcou um gol aos 40' do segundo tempo.
Tomé virava pra mim e proclamava:
"Esse time já caiu!"
De repente, santa loucura. Eduardo obedece aos céus e sobe.
Gol do Náutico. Gol. Gol. Gol!
Tomé se ajoelha e pede perdão. Tiago chora no Portal da Picanha.
A torcida assistia um goleiro extraordinário. Um gigante.
(Todo grande time começa com um grande goleiro)
Um time tungado pelo árbitro da Hora.
Sofrendo mais um gol aos 40' do segundo tempo.
O sonho impossível começando no vermelho de luta. Milagre.
Nada de branco da paz.
Eduardo hoje lembrou Lula Monstrinho.
Lula que parou o Palmeiras duzentas vezes.
E mais duzentas vezes o Cruzeiro.
Eduardo que se redimiu de todos os pecados. Pode entrar no céu.
Pois, além de agarrar tudo, agora é 'bom de cabeça'.
Nunca o vermelho do Náutico foi tão de luta como hoje.
Torcedores alvirrubros, entendam!
Quem não for gritar os noventa minutos no sábado, fique em casa.
Fique em casa torcedor alvirrubro que não tem fé.
Sábado o dia é de romaria.
Dia de acreditar em milagres.
Dia de assistir o jogo de joelhos.
Contra o Vitória, o Náutico precisa da sua paixão.
Não precisa de vaias.
Senhores, deixem o seu coração falar mais alto.
O futebol não é território da razão.
Hoje, até São Tomé é alvirrubro!
PS: Enquanto isso, no Engenhão, o Sr. Bebeto de Freitas continua aprontando.
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