19 de jan. de 2015



Por ROBERTO VIEIRA


 
Um sapo permanecia quieto, na beira do pântano, quando de repente apareceu uma princesa.

Muito afobada ela foi logo perguntando: 

"O Sr.Sapinho é um príncipe encantado?", ao que o sapinho respondeu mantendo-se mudo.

Mais afobada ainda ela se aproximou do sapinho e insistiu: 

"O Sr.Sapinho é um príncipe encantado?", ao que o sapinho respondeu lançando no ar sua língua e abocanhando uma mosca.

Depois calmamente virou-se para a princesa e falou: 

"Querida princesinha, que me queres pelo que não sou, não posso dar o que não tenho, só posso te dar o meu amor".

Ao que a princesa zangada retrucou se retirando. 

Ora quem se viu querer um sapo por marido. 

Pode ficar com o pântano, prefiro a solteirice aos batráquios. 

O sapo permanecia quieto na beira do pântano, quando de repente apareceu outra princesa.

Muito afobada, ela foi logo perguntando: 

"O Sr.Sapinho é um príncipe encantado?" , ao que o sapinho respondeu mantendo-se mudo.

Mais afobada ainda ela se aproximou do sapinho e insistiu: 

"O Sr.Sapinho é um príncipe encantado?", ao que o sapinho respondeu lançando no ar sua língua e abocanhando uma mosca mais apetitosa ainda.

Depois calmamente virou-se para a princesa e falou: 

"Querida princesinha, que me queres pelo que não sou, não posso dar o que não tenho, só posso te dar o meu amor".

Ao que a princesa zangada retrucou se retirando. 

Ora quem se viu querer um sapo por marido! 

Pode ficar com o pântano, prefiro a solteirice aos batráquios.
 
Assim se passaram os anos e dúzias de outras princesas percorreram o caminho do nosso herói solitário. Num belo dia de outono, quando já rareavam os seus cabelos, cabelos que sapos não têm, eis que apareceu uma menina, dessas que sobem em telhados, correm atrás de pipa e falam palavrão quando os pais não estão olhando. Fitando o sapinho que comia outra mosca ela exclamou: 

"Que sapinho maneiro! Será que ele quer ir até lá em casa brincar comigo?", ao que o sapinho respondeu: 

"Querida princesinha, que me queres pelo que não sou, não posso dar o que não tenho, só posso te dar o meu amor".

A menina encantada deu dois pulos e radiante de felicidade exclamou: 

"E ainda por cima POETA!"

Continuam juntinhos até hoje ...


Um comentário:

  1. Moral da História:
    1) Quem curte Poesia é capaz de descobrir beleza até em um sapo
    2) Melhor um sapo-poeta na mão do que um príncipe-sapo na imaginação.

    ResponderExcluir

Comentários