21 de dez. de 2015




Fiquei triste, sem palavras. A noite ficou silenciosa.
Lá estava ele em 2008. Plena Estação da Luz que recebera Leônidas e Getúlio em festa. Fui levado por Martha Monte para conhecer a beleza da palavra que eu tanto amo. Martha que é a palavra 'amor' em forma de pessoa.
Era tão belo aquele museu. Havia na época uma exposição de Machado de Assis. Passeamos de mãos dadas e olhares deslumbrados. Depois fomos ao lado, na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Mais um passeio inesquecível.
Hoje, o Museu ardeu em chamas. A palavra foi queimada mais uma vez, desta vez por destino. Palavra que foi tantas vezes queimada em praça pública por religiosos e extremistas de todos os vértices políticos.
Soube que o Museu será reconstruído. Mas o meu coração já sabia que as palavras jamais podem ser destruídas. As palavras se renovam a cada dia, necessidade fundamental do homem livre.
Triste, e irrecuperável, foi a morte do bravo bombeiro que tentava defender a palavra. Em um mundo no qual tantos buscam silenciar o verbo, eis que surge um homem para defende-lo com a vida.
Para ele todas as palavras em forma de oração.
E espero novamente caminhar pelas alamedas do Museu de mãos dadas com a minha bela cicerone... desde já é um encontro marcado.


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